
O filme do diretor John Cameron Mitchell, trata com frieza e muita sinceridade a realidade de grande metrópoles na atualidade e a solidão que aflige os seus habitantes regadas cenas de sexo explicito, orgias e diálogos quentes.
Mas os debates não acontecem pelo fato de mostrar homens e mulheres simulando uma realidade. A discussão vai além, ao retratar o ex-prefeito de Nova Iorque relembrando o surgimento da aids, orgasmo feminino e três homens transando enquanto cantam o hino americano.
Qualquer um destes fatos já seria um motivo para a fita entrar na lista negra de qualquer sala de exibição. Entretanto, o elenco todo garimpado na internet, consegue mostrar um pouco da realidade que preferimos deixar guardada entre quatro paredes.O que acaba por redimir Shortbus sobre a sua qualidade.
O filme mostra a vida de sete pessoas: uma terapeuta sexual que nunca teve um orgasmo (Sook-Yin Lee) e seu marido (Raphael Barker), uma dominatrix solitária (Lindsay Beamish), um voyeur (Peter Stickles), um casal gay (Paul Dawson e PJ DeBoy, namorados na vida real) que passam por problemas sexuais, e Ceth (Jay Brannan), jovem que procura o grande amor e chega como uma muleta deste casal.
"Shortbus" finaliza se mostrando uma sátira, igual ao "Denise está chamando", lançado em meadas da década de 90 e que satirizava a sociedade interconectada. O filme promete ser durante muitos anos uma obra de vanguarda idolatrada pelos cults e teóricos, que tem uma grande ferramenta para entender a sociedade contemporânea.
Nenhum comentário:
Postar um comentário